domingo, 15 de março de 2009

Memórias… III

Pensado nos últimos dois textos aqui deixados, um por cada uma das deusas com quem partilho este espaço, lembrei-me de um episódio da minha vida, do qual só tenho a memória porque a minha mãe adora contá-lo. Decidi partilhá-lo convosco:

Imaginem um menino com 2 anos, não mais, que vai pela rua fora (quando era pequeno nunca gostei de andar de mão dada e tinha um pacto com a minha mãe, desde que não atravessasse a rua ela deixava-me andar à minha vontade). Era hora de almoço, na berma do passeio um camionista sentado na cabine do seu camião de entregas, com a porta aberta, atira para o chão o lixo do resto do almoço. O menino para olha para cima e diz:

- Isso não se faz! A minha mama diz que o lixo é para se pôr no caixote.

Escusado será dizer que o sr camionista ignorou por completo a reprimenda e quem ficou constrangida foi a mãe do menino com aquela cena…


Hoje em dia não faço destas cenas… não por falta de oportunidade mas porque, por mais que lute por manter viva a criança que há em mim, ela já não é tão descarada assim…


Fica a partilha deste pequeno episódio da minha infância e o pedido de desculpa, a quem lê, pela minha falta de escrita mas entre falta de tempo e de inspiração… e como penso já se terem apercebido, por aqui não se escreve por escrever, escreve-se quando se tem algo a dizer, por mais trivial que seja ou pareça ser… :)


Votos de um bom domingo e boa semana para todos,
FATifer

10 comentários:

  1. Eu também acho que as crianças têm uma muito maior noção de civismo que os adultos.

    Foste descarado até aos... três?

    Beijos :)

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  2. Fatifer,

    eu bem me parecia que havia algo de descarado em ti :)))

    Adorei a "imagem".

    beijinho

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  3. Bom, o menino que eras tinha toda a razão, embora entenda que o menino que ainda há em ti não possa andar aí a torto e a direito a dar raspanetes desses - não por não serem merecidos, mas para evitar situações conflituosas... ou até possíveis mazelas!

    Quanto à educação sobre estes temas, pois demora gerações até ser assimilada pela maioria! Talvez umas multas valentes ajudassem nessa assimilação... :)

    Beijocas e bom Domingo!

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  4. Cara deusa Pax,

    As crianças são autênticas e espontâneas… quanto a terem maior noção de civismo, só se tal lhes for incutido/ensinado, se adultos como os a que te referes forem pais, dificilmente os filhos terão noção do que é o civismo pois (na minha opinião) isso aprende-se desde tenra idade…

    “Foste descarado até aos... três?”

    Hum… vou ser um pouco mais optimista, talvez até aos 4 ;)

    Beijinhos,
    FATifer

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  5. Who Am I,

    “eu bem me parecia que havia algo de descarado em ti :)))”

    Ai parecia-te? ... hum… :) …


    “Adorei a "imagem".”

    É uma imagem deliciosa que, como disse, só posso também reconstituir através do relato da minha mãe… :)

    Beijinho,
    FATifer

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  6. Teté,

    O menino que há em mim continua a indignar-se mas deixou de tentar mudar o mundo :(… e não será (só) por possíveis mazelas que daí poderiam advir mas mais porque foi aprendendo que ideais não passam disso mesmo… (infelizmente)…

    “Quanto à educação sobre estes temas, pois demora gerações até ser assimilada pela maioria! Talvez umas multas valentes ajudassem nessa assimilação... :)”

    A questão das multas deixa-me sempre dividido… por um lado até concordo que, se fossem suficientemente pesadas, o resultado seria o pretendido e as pessoas deixariam de fazer mas por outro (lá entram o ideais) deveriam não fazer porque têm noção cívica e não para não serem punidas…

    O domingo não foi mau tem uma boa semana.

    Beijinhos,
    FATifer

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  7. Mas acho que as crianças apreendem esses valores de uma forma especial (claro que lhes sendo antes incutidos).
    Quando lhes explicamos a importancia desses pequenos actos, jamais deitarão mais um unico papel para o chão, ao contrário de nós, que somos capazes de lhes incutir os valores e depois olhar para o lado e, se ninguem estiver a ver... lá vai o papelote que nos estorvava dentro do carro.
    É ou não?

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  8. Fat, fizeste-me lembrar de uma cena a que assisti há algum tempo:

    Um senhor manda um maço de cigarros vazio para o chão. Um outro que topou virou-se para ele e disse: Olhe, o senhor deixou cair "isto" no chão. Claro que o outro não teve coragem para mais nada e agarrou no maço e foi por no lixo. Eu que estava um pouco ao lado, ainda me "parti" a rir pois claro.

    Acho que esta é uma boa maneira (e subtil) de chamar a atenção do outro.

    Beijinhos

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  9. Caríssima deusa Pax,

    Desculpa-me o cinismo mas direi que as crianças “desaprendem” da mesma forma que aprendem, isto é, se acontecer como dizes e os adultos ensinam mas depois não dão o exemplo, o mais provável é teres bestas que acham que o lixo é para deitar no chão. Não sou fundamentalista mas fui e sou educado e (não podendo dizer nunca) muito raro será veres-me atirar para o chão algo que possa sequer ser considerado levemente como lixo. No entanto apenas posso falar por mim…

    Beijinhos,
    FATifer

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  10. Patrícia,

    Pois, até concordo que será uma excelente forma (e gostava de dizer que faria o mesmo que esse sr, com a mesma subtileza) mas, como hoje estou pro cínico, diria que essa abordagem está dependente do meio envolvente e da pessoa… não me espantaria numa sociedade em que alunas batem em professoras alguém, perante uma subtileza como a que contas, em vez de se sentir constrangido ainda insulta quando chamado à atenção. Entristece-me dizer isto mas… será que estou errado? Não me parece, infelizmente…

    Beijinhos,
    FATifer

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